É verdade que a saliva é um líquido muito importante, contribuindo com a lubrificação e o processo de diluição do alimento, o que facilita a mastigação, a gustação e a deglutição, além de proteger a boca da ação de bactérias. No entanto, em alguns casos, o excesso de salivação pode indicar um sério problema: a sialorreia.
Pensando nisso, este artigo explica o que é sialorreia, quais são os tipos e as causas que levam à maior produção de saliva na cavidade. Você também entenderá como essa disfunção se manifesta nos pacientes, como é realizado o tratamento e por que deve contar com a ajuda de um profissional especializado para tratar essa condição. Boa leitura!
Afinal, o que é sialorreia?
Antes de responder a questão, é preciso entender que a sialorreia pode ser tanto uma condição médica quanto um sintoma de outras doenças. Entretanto, de todo modo, a disfunção se caracteriza pela produção excessiva de saliva e ocorre em pacientes com salivação acima do normal (de 500 ml a 2 litros por dia).
Quais são os tipos de sialorreia?
Também chamada de hipersialose ou ptialismo, o problema é subdividido em sialorreia primária, secundária e emocional. Conheça cada um desses tipos!
Sialorreia primária
Um tipo menos comum quando comparado à secundária e à emocional. A disfunção se resume à produção excessiva de saliva no paciente, quando esse sintoma não apresenta uma causa anterior evidente.
Sialorreia secundária
A sialorreia secundária se associa, geralmente, a uma falha neurogênica na coordenação dos músculos da língua, palato (placa óssea na parte superior da boca) e face — responsáveis pela deglutição e por outras funções orais — o que explica a perda do controle salivar na cavidade.
Sialorreia emocional
Por fim, a sialorreia emocional ocorre, em geral, em pessoas diagnosticadas com ansiedade ou que sofrem com uma alta carga de estresse no dia a dia — fatores que levam à maior produção salivar.
Quando a sialorreia é mais comum nos pacientes?
Muitas pessoas se perguntam sobre a fase mais comum para ter produção salivar excessiva. Na verdade, essa característica está presente naturalmente em crianças pequenas, menores de 1 ano e meio, e pode aumentar o fluxo salivar no período de erupção dos dentes. No entanto, a condição é considerada anormal após os 6 anos de idade.
Quais são as causas de sialorreia?
A sialorreia é comum nos pequenos, mas em pessoas com mais de 6 anos de idade a disfunção está associada a várias causas. Descubra quais são elas!
Postura inadequada da cabeça
A produção excessiva de saliva pode estar relacionada, em alguns casos, à postura inadequada da cabeça e do pescoço, levando a um quadro de sialorreia. Por isso, evite mover a nuca para trás, aumentando a curva do pescoço e, em consequência, modificando a produção salivar.
Mau fechamento anatômica da boca
O excesso de produção salivar também pode ter uma causa anatômica, relacionando-se a problemas ortodônticos (disfunções no crescimento e no desenvolvimento dentário), má oclusão dentária (desencaixe na mordida), língua volumosa, obstrução nasal e predisposição a respirar pela boca.
Nariz entupido
Caracterizado pelo inchaço das vias nasais e pelo excesso de fluido e muco nessa região, principalmente em casos de infecção viral e bacteriana, o nariz entupido é outra causa da sialorreia, ativando a hipersalivação na cavidade.
Medicamentos
O aumento da produção de saliva também está associado ao uso de algumas medicações, principalmente os sedativos, os anticonvulsivantes e os anticolinesterásicos, sendo esse último usado na intubação orotraqueal.
Como a sialorreia se manifesta?
Neste momento, você já sabe o que causa sialorreia. Mas a dúvida que fica é como esse problema se manifesta na cavidade oral, certo? Veja as principais características!
Saliva saindo pela boca
A característica mais comum de sialorreia é a perda não intencional de saliva, isto é, o líquido começa a sair, de maneira desproporcional, pela boca. O motivo é que, ao sofrer com a hipersalivação, a pessoa começa a ter dificuldades para engolir o líquido.
Dificuldade para engolir
Distúrbio que resulta, geralmente, da hipersecreção das glândulas presentes na boca. Devido a falhas na musculatura da face, a produção excessiva de saliva impacta a ação de engolir, visto que o paciente tem dificuldade para ingerir esse volume adicional do líquido.
Fala distorcida
A fala distorcida é outra manifestação da sialorreia, pois o aumento do fluxo de saliva na cavidade compromete a comunicação oral, fazendo com que a pessoa tenha um obstáculo para se comunicar verbalmente com os outros.
Engasgos com frequência
O quadro clínico de sialorreia merece atenção porque o líquido, quando produzido em excesso pelo corpo humano, aumenta a chance de o paciente se engasgar e desenvolver pneumonia aspirativa — uma lesão pulmonar em decorrência da deglutição inadequada de conteúdos produzidos na boca e na faringe.
Como ocorre o diagnóstico e tratamento de sialorreia?
Essencialmente clínico, o diagnóstico de sialorreia é realizado na clínica odontológica por meio de um exame clínico da cavidade oral, que ajuda o dentista a identificar a posição da cabeça em relação aos pares cranianos.
Por sua vez, o tratamento de sialorreia depende do tipo e da gravidade do problema, e pode envolver:
aplicação de toxina botulínica (botox);
medicamentos que diminuem a produção salivar;
radioterapia;
procedimentos cirúrgicos.
Por que procurar ajuda especializada para tratar sialorreia?
A sialorreia é comum em bebês, mas está associada a disfunções orais na fase da adolescência e vida adulta. Por isso, para não sofrer com as consequências da alta produção de saliva, a recomendação é buscar ajuda especializada.
O cirurgião-dentista é o profissional adequado para avaliar o quadro clínico, diagnosticando o excesso de salivação e indicando um tratamento específico ao paciente. Assim, é possível identificar disfunções na cavidade oral e reabilitar as funções e a estética do sorriso.
Neste texto, você entendeu o que é sialorreia — nome técnico para o excesso de salivação na boca. Por isso, para não negligenciar o problema e correr o risco de afetar o funcionamento dos órgãos do corpo, o ideal é procurar a ajuda de um cirurgião-dentista experiente para examinar, diagnosticar e tratar a disfunção, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Fonte: Odontocompany
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